Aportes teóricos para o entendimento da função histórico social da literatura de testemunho em “O dia que conheci Brilhante Ustra”, de Alex Solnik
DOI:
https://doi.org/10.22370/syt.2025.12.5558Palavras-chave:
Leitura imanente; Literatura de testemunho; Subjetividade; Ditadura militar brasileiraResumo
Neste artigo faço uma reflexão crítica da obra de testemunho “O dia que conheci brilhante Ustra” (2024). O referencial teórico inclui autores como Theodoro Adorno, Beatriz Sarlo, György Lukács, Wilhelm Dilthey, retoma-se as discussões de história e literatura, testemunho e a escrita literária como meio de análise, no caso a experiência do narrador e de seu sequestro e encarceramento nas instalações do DOI-CODI em São Paulo em 1973. Através da leitura imanente sobre os principais nexos constitutivos no livro busca-se entender o testemunho para além dos elementos de subjetividades do narrador, percebendo seus recursos historicamente trabalhados, suas estratégicas de leitura e alcance de público. Considerando o testemunho como instrumento importante de documentação e verificação da realidade histórica, uma problematização deve ser feita: a subjetividade inerente à representação literária diminui ou restringe o valor dos testemunhos sobre experiências históricas? Quais os problemas e lacunas o testemunho deste trauma, escrito dentro de um período de extrema guerra ideológica, tomado como documento empírico, poderia provocar?
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